25 de jan. de 2008

Arcebispo: igreja é contra distribuição de pílula

O arcebispo de Olinda e do Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, concede neste momento entrevista coletiva para esclarecer o posicionamento da igreja sobre a decisão da prefeitura da capital pernambucana de distribuir a pílula do dia seguinte durante o carnaval. O assunto se transformou em polêmica quando grupos ligados a entidades religiosas se posicionaram contra a medida alegando que a pílula é um método abortivo.
Justificando seu posicionamento, Dom José afirma que a pílula vai contra os preceitos da igreja. “Defendemos a vida e condenamos as injustiças sociais. Fazemos tudo para salvar vidas humanas”, sustenta ele. "A igreja não está simplesmente defendendo sua opinião; estamos proclamando a lei de Deus. precisamos de leis humanas para organizar nossa sociedade, mas elas não podem superar as leis de Deus. Não se pode suprimir vida de inocentes", afirma.

Logo mais às 17h representantes da Prefeitura também concedem coletiva para responder as alegações da igreja e para comunicar se a decisão de distribuir a pílula permanece ou não.
Por conta da discordância da igreja na distribuição do medicamento,
O Fórum de Mulheres de Pernambuco e a Rede Feminista de Saúde entram hoje com uma denúncia formal no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra a Arquidiocese de Olinda e Recife para que a entidade tome as medidas legais a fim de garantir o intuito da Prefeitura. O pedido é assinada por 74 representações de movimentos de direitos humanos e de mulheres de todo o país. A medida conta ainda com o apoio da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Pernambuco (Sogope), do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e da Rede de Residência Solidária.

O documento ressalta que “o Ministério Público é gestor jurídico do estado que tem como atribuição defender os direitos da população. Considerando a gravidade das informações dadas na mídia local pela Pastoral da Saúde, em que tem usado valores morais e de cunho religioso para repassar a população informações equivocadas quanto à ação do contraceptivo de emergência e ainda estimulando a população a não usar a contracepção de emergência inclusive em casos de violência sexual nem o preservativo (camisinha) durante o carnaval, o que infringe o direito legal das mulheres e homens, solicitamos ao Ministério Público uma ação contra a Pastoral da Saúde e a Arquidiocese de Recife e Olinda para que este movimento religioso se retrate frente à população e para que o estado (secretarias estadual e municipais de saúde) disponibilize o contraceptivo de emergência e o preservativo em todos os serviços de saúde e postos durante o carnaval".
De acordo com o pedido, as afirmações da Pastoral da Saúde ferem a Lei de Planejamento Familiar, as diretrizes e ações da Norma Técnica de atendimento às mulheres vítimas de violência do Ministério da Saúde.



Fonte: Pernambuco.com

Um comentário:

  1. Blz, Thiago?

    Nada de pílula do dia seguinte... Sou favorável à distribuição maciça de "pílula vermelha" p/ todas e pra todos! Parabéns pelo blog. =]

    Big abraço, brother.

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