1 de dez. de 2008

Bento XVI, o papa tecnofóbico

O Vaticano já apontou contra Galileu, contra a teoria da evolução, a pílula, camisinha, aborto, etc. E agora dispara contra o inimigo que lhe faltava: a tecnologia. Numa demonstração de tecnofobia religiosa, o padre católico Federico Lombardi, porta-voz do papa Bento XVI, apareceu no programa "Octavia Dies" da televisão vaticana e deixou os espectadores boquiabertos ao afirmar que a obsessão pela tecnologia moderna, como o celular e internet, não está deixando tempo suficiente para que as pessoas se dediquem a tarefas espirituais.

- "Na era do celular e internet é mais difícil que nunca proteger o silêncio e perceber a dimensão interior da vida. Se não cuidarmos de nutrir a vida espiritual, podemos chegar a secar. Se isso não for cultivado, os seres humanos correm o risco de perder suas almas".

As palavras de Lombardi, responsável pelo escritório de imprensa do Vaticano, em realidade, chocam claramente com a realidade "hiper-tecnologizada" da Igreja católica (que obviamente tem seu web site, www.vatican.va).

Em 2005, o Vaticano, por exemplo, anunciou aos jornalistas a morte do papa João Paulo II por SMS e e-mails. "O Santo Padre faleceu esta tarde às 21.37 em seu apartamento privado", dizia a mensagem.

De fato, a morte de Karol Wojtyla foi um dos acontecimentos mais vistos pela internet naquele ano: mais de 990 mil referências ao falecimento, cerca de 60 mil artigos sobre a tradição do vaticano, apostas para saber quem ia suceder João Paulo II e ofertas de viagens para ir a Roma.

E mais. Não faz um mês que uma assembléia de bispos reunidos durante três semanas para pensar como fomentar a divulgação da bíblia concluiu que o texto escrito em papel não bastava. "A voz da palavra divina deve ressoar através de rádios, canais de internet, CD, DVD e iPods", argumentavam num comunicado, onde voltavam a insistir: "Há que invadir as telas de televisão e cinema, a imprensa, os certames culturais e sociais".

Em sua cruzada para afiliar mais cristãos, as estratégias tecno-católicas diversificaram-se: criaram uma versão religiosa do YouTube chamada GodTube, uma rádio on-line conhecida como GodPod, impulsionaram uma versão católica do popular video-jogo musical Guitar Hero; chama-se Guitar Praise, custa 150 dólares e em sua lista de músicas figuram canções de rock cristão como "Jesus Freak". Até os cardeais uniram-se à cultura blogger: assim fez Sean O'Malley, o primeiro cardeal estadunidense em contar com um blog, o Cardinal Seans Blog no qual coloca orações, fotos de sua igreja em Boston e imagens de "garotos" (na missa).

Sabe-se, ademais, que os computadores do Vaticano usam Linux e que a nova camada de sacerdotes olham com atenção o iPhone. Daí que entre as aplicações do telefone multiuso da Apple que mais causam furor atualmente figura um conhecido como iBreviary, que põe na palma da mão de seus usuários o Breviário (Liturgia das horas ou Ofício Divino), que consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia.

Já foi baixada por mais de 10 mil pessoas. Seu inventor é o sacerdote italiano Paolo Padrini, claro opositor do tecnófobo Lombardi. O padre tecnofílico inclusive já alavancou o futuro da religião através da Web 2.0 e criou um fórum no Facebook chamado Praybook. Ideal para conhecer gente enquanto se ora.

Já por ocasião da tragédia em Santa Catarina o papa, ao invés de abrir as burras do banco do Vaticano, enviou uma benção aos sinistrados. Já o seu Zé, "faz tudo" aqui do bairro e que ganha "malemá" -como ele próprio diz- um salário mínimo por mês, separou roupas, alimentos e enfrentou fila de banco para depositar 5 reais.

fonte: MDig

P.S.: O "Santo" Padre, né?!

Um comentário:

  1. Fico no mínimo intrigado com as idéias de Ricardo Gondim, se por um lado ele me leva a pensar em um Deus mais humano, por outro vai contra quase tudo que vi até hoje. Se bem que esse blog também vai contra, acho q e por isso q eu gosto. Parabéns pelo site.

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