23 de set. de 2008

Tudo que eu quiser o "cara lá de cima" vai me dar


Embora seja novo (pelo menos me considero), nascido no início da década de 1980, pude desfrutar de alguns momentos encantadores em minha infância, e de outros não tão fantásticos, dos quais, alguns poucos chegaram a ser tétricos. E é nessas últimas experiências que pretendo me deter.

Recentemente me lembrei de um filme que passava (e ainda passa) todas férias, “estrelado” por Xuxa (aquela loira chata da Globo) e Sérgio (o Malandro), além de outros atores globais. Dos ruins, esse filme era o pior. Mas por que estou escrevendo isso? Bem, na verdade, após ter me relembrado da tal película, o que me veio à memória e não saiu mais foi uma das músicas da trilha sonora que, inclusive, era homônima do filme. Quem não se lembra de ‘Lua de cristal’?
A tal música tomava conta das ruas e das rodas de brincadeiras ao final do dia. Sempre que o filme passava, letra e melodia iam contaminando – como o odor de um esgoto mal-cheiroso e entupido – o ar daquelas tardes de infância. O pior de tudo é que tudo isso foi se impregnando em minha consciência como urina de gambá – você lava, lava e não sai.

Para os fins que pretendo, lançarei mão de uma das frases da dita música, pois todo o resto desta pequena reflexão se desenvolve a partir dela. Xuxa, com toda a gana juvenil pulsando em suas veias, cantava energicamente: “Tudo o que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar!..”. Ao que me parece, essa frase causou e ainda causa certo frissom em alguns evangélicos pelo tom “adolescente de ser” com que a “rainha dos baixinhos” se refere a Deus. Mas minha inquietação está em outro ponto. Como uma “criança birrenta”, segundo as palavras de meu amigo Jean Chagas, a tal rainha afirma, de forma quase esbravejante, que “TUDO O QUE ELA QUISER”, o “cara” lá de cima, ou seja, Deus, vai dar a ela.

Não sei se você já percebeu a similitude dessa frase com algumas orações que somos obrigados a ouvir nos canais (evangélicos) de televisão e em muitas igrejas espalhadas por aí. O “Seja feita a sua vontade”, foi alijado do Pai-Nosso, o que vale agora é: ‘Seja feita a minha vontade!’. E enquanto essa oração continuar sendo feita, ao estilo de Maria das Graças (olha que contradição, Xuxa tem Graça no nome, mas me parece que não sabe o que isso significa), as pessoas continuarão sendo como menino (a), falando como menino (a), sentindo como menino (a) e pensando como menino (a). Ou seja: a igreja será sempre uma programação só para baixinhos.

Fico por aqui. Fiquem com Deus. “Beijim-beijim e tchau-tchau.”

Gustavo de Oliveira Araújo no Balaio das Artes.

P.S.: O cenário evangélico atual demonstra com bastante clareza - e até com cara-de-pau - uma fé imatura. Os diversos "fiéis" que alimentam essa realidade não passam de "cristãos" impensantes que não se esmeiram em atentar para tanta enganação e lavagem cerebral. São como crianças presas fáceis de uma cultura consumista. Não passam de uma força motriz que alimenta toda essa máquina de fazer dinheiro que é a "i"greja. Infelizmente enquanto houver "povo" com pouco conhecimento, os "lobos" em pele de cordeiro terão um grande Mercado - da fé - para explorar.

2 comentários:

  1. Pô Thiago, valeu o carinho...fui ver hoje o post...

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  2. Gostei do post porém sua comparaçao entre a letra da musica e a "igreja" nao tem nada haver ate por que a frase completa seria.

    Tudo que eu quiser
    O cara lá de cima vai me dar
    Me dar toda coragem que puder
    Que não me falte forças pra lutar.


    Poderiamos usar de uma outra forma ou com outros exemplos porém a forma como vc usou na verdade nao significa nada !! apenas pegar uma
    frase de uma musica e dela criar uma critica ou uma observaçao essa mesma observaçao nao tera sentido!!

    Nao sou fã da Xuxa, nem evangelico !!!

    Gostei do seu post porém axo que deveria usar outro exemplo e nao apenas uma frase !


    obs: como vc disse no post,essa musica impregna eu agora mesmo estava cantarolando ela

    KKkKKkkKKKkKKKKkkKKKk


    ass: Slordead

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