3 de set. de 2008

Nem tudo que reluz é ouro

Em nossa época existe o que eu chamaria de “o fenômeno da igreja primitiva”. Incontáveis cristãos de todo o mundo, de repente estão se dando conta que a prática moderna de “igreja” está, por um lado carente de base teológica, e por outro, espiritualmente ineficiente. Como resultado, muitos abandonaram a igreja institucional e regressaram a prática do Novo Testamento de reunir-se nas casas sem um clérigo.

Alguns estão chamando este fenômeno como “o movimento das igrejas nas casas”. Mas em minha maneira de entender este movimento, ele está mal denominado por duas razões básicas. Em primeiro lugar, a ênfase é colocada no lugar equivocado: a casa. Permito-me dizer que o cenário onde se desenvolve a reunião agora carece de significado. Mas o que Deus está interessado vai mais além do local onde seu povo se reúne. Falando com franqueza, não existe nada intrinsecamente mágico a cerca da reunião na casa. Mesmo que o reunir-se nas casas é preferível do que a reunião nas basílicas, não é isso que caracteriza definitivamente a ekklesia.

Em segundo lugar, a palavra “movimento” transmite a idéia de um “mover-se de forma unificada” entre um grupo de pessoas. Mas hoje em dia, todos aqueles que se reúnem nas casas, pertencem a cada uma das facetas do cristianismo, representando a todos e a cada um dos ancestrais doutrinários. Por consequência, a igreja nas casas não é monolítica. Não representa a todos – nem sequer à maioria – dos cristãos que se reúnem fora do sistema religioso. Por esta razão, a palavra “movimento” é enganosa. Muitas “igrejas nas casas” se reúnem por diferentes razões e seu foco se baseia em diferentes temas. A princípio, estas diferenças são tão grandes, que as distâncias entre essas casas-igreja poderiam medir-se em anos-luz.

Frank A. Viola

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