20 de set. de 2008

Perfil Digital pode prejudicar carreira profissional

Empresas estão de olho no que você revela na internet.

A internet no Brasil tem hoje mais de 45 milhões de usuários. A maioria deles tem um perfil na rede. Quer fonte de informação melhor que essa? Não é a toa que muitas empresas estão de olho no assunto.

Por isso, atenção. Diga-me quais as comunidades que você freqüenta. E eu lhe direi se a vaga é sua!

Você que já passeou em internet tem idéia do número de comunidades estranhas que habitam este universo. Por exemplo, o Fantástico reuniu uma galera que, claro, participa de algumas comunidades.

“Ah, a gente tem um grupo de amigos então fizemos uma comunidade pra gente poder falar porcaria”, diz Raphael Pizzino, de 20 anos.

Zeca Camargo: Vocês têm alguma que vocês têm vergonha de participar?
Jovem: A minha me queima mesmo: bebo porque é líquido..

Essa moçada tem, em média, 20 anos. A maioria está trabalhando ou faz estágio. Talvez por isso, eles já desconfiam de que um perfil duvidoso na internet possa prejudicar a carreira.

“Se eu participar de uma como ‘Eu odeio segunda-feira, o que vão achar de mim no meu trabalho?”, pergunta Rayana Paes, de 19 anos.

“Tua intuição está ótima porque a gente tem exatamente um personagem que deixou de entrar numa vaga justamente por causa desta comunidade”, conta Zeca Camargo.

“Não é que eu não goste de trabalhar. Eu continuo não gostando da segunda-feira. No meio da entrevista, veio uma pergunta solta no ar: ‘Por que você detesta segunda-feira?’. Eu, na verdade, não sabia o que fazer. Porque eu não sabia se eu respondia, se eu fugia. O que eu fiz: eu admiti”, lembra Eduardo Domingues, especialista em segurança do trabalho.

“Você aprendeu alguma lição com isso?”, pergunta Zeca.

“Na própria segunda-feira, que foi o dia da entrevista, foi um suicídio. Eu simplesmente sumi com perfil e comunidades”, conta Eduardo.

Mas tem também o outro lado da história. O Ney, por exemplo, usou um site de relacionamento a seu favor na hora de procurar um emprego.

“Pensei comigo: ‘por que não usar isso em meu favor pra poder descobrir o perfil da minha entrevistadora e criar uma empatia melhor com ela na hora da entrevista?’ Olhei livros que ela costumava ler, lugares que ela freqüentava, músicas que ela ouvia”, conta Ney Vieira, analista de serviços ao cliente.

“Eu descobri um dia antes da entrevista também porque eu fui olhar o meu perfil, no site de relacionamento, e vi que tinha uma pessoa que tinha visualizado o meu perfil. Aí, eu lembrei do nome e falei: ‘Peraí. isso aqui é candidato’”, lembra Patrícia Nezes, analista de recursos humanos que entrevistou Ney.

“Bom , eu fui contratado. E é isso que interessa”, comemora Ney.

Melhor mesmo é ouvir a opinião de um expert. A Elis Yamaguchi é diretora de recursos humanos.

“Num perfil de candidato a emprego, o que me chama a atenção é uma comunidade ‘Eu odeio trabalhar’. Tudo que a gente encontra numa comunidade a gente não pode levar com tanta seriedade. No processo seletivo a gente checa, mas ele não é um fator decisório de forma alguma”, diz Elis.

“Em outro perfil, pode ser uma brincadeira, mas quando fala ‘Eu quero passar mal”, mostra que é de alguém que gosta de beber. Não acende uma luzinha?”, comenta Zeca.

“É importante reforçar que tudo que incite a violência, o preconceito ou padrões comportamentais que não são adequados para a sociedade, não é nem uma questão para o processo seletivo, mas o que é aceitável para a sociedade”, avalia Elis.

E não só isso, veja o que pode queimar o seu perfil: cometer erros gramaticais, descuidar da imagem, pertencer a comunidades que demonstram atitudes exageradas.

Quer impressionar bem? Então, deixe claro que você tem uma boa formação acadêmica, mostre que é culto, gosta de ler e fala línguas, e entre em comunidades que levantem bandeiras sociais e ecológicas.

“O que a gente vai buscar na internet é algum ponto de interrogação que ficou nessa entrevista pessoal, ou no teste psicológico. Então, é bem pontual, mas acho que no futuro, cada vez mais, mais empresas vão entrar em perfis para errar menos”, afirma a gerente de recrutamento Camila Junqueira.

Fonte: Revista Eletrônica do Fantástico [vi lá no À Palavra]

P.S. Dia desses, fiquei sabendo que tinha gente "curtindo" do meu perfil no Orkut. E que faziam troça dos meus álbuns de fotos. Pra ser mais específico, do álbum de imagens do Fotolog do SexxxChurch que coloco no perfil. "O cara é doido! Uns negócio de pílula vermelha... hahaha... umas foto pornográfica... é doido... hahahaha", escarneciam segundo o que me foi contado. O fato é que o que penso, é o que penso, e não vejo NECESSIDADE alguma de esconder dos outros. Muito pelo contrário, me esforço para que o que eu penso seja conhecido e divulgado ao maior número de gente possível. Principalmente quando julgo que o que eu penso é que a nossa sociedade precisa de Cristo. Que as pessoas precisam de Cristo. Que as pessoas precisam pensar um pouco mais. Parar pra enxergar as falácias que permeiam a mídia, a cultura, as filosofias de vida, os estilos de vida e o modo como pensam a respeito da vida(sexo, amizade, igreja, família, dinheiro, política, mulheres), dos outros e de Deus. Então, logo, o que exponho ao "mundo" no meu perfil do Orkut, e até mesmo aqui neste espaço, é o que tenho vontade de GRITAR aos quatro cantos da Terra. Que sou um louco consciente da liberdade que usufruo em Cristo. Que sou um cara dotado de um certo desatino que não se conforma com este século e procura ser transformado pela renovação da mente. E que procura ter a mente de Cristo e conhecer qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Mas, não é novidade que quem tenta moldar sua vida, idéias e valores baseados nas Escrituras e no Evangelho de Cristo, é tido como um "doido", um "anormal", um "desajustado" e no meu caso, "polêmico"... sou bem ciente disso! O mundo já pressiona-nos a ser o que não somos em virtude do status quo, da carreira, do cargo, da igreja, dos relacionamentos, da família e etc. Agora, como se não bastasse o incentivo à dissimulação da personalidade na vida real, estamos fadados a ser privados de "mostrar quem somos" e o que "gostamos" e "pensamos" no espaço virtual também. Haja, saco...

Um comentário:

  1. Pois é, Thiago. Fiquei extremamente irritado quando vi uma notícia sobre esses fatos. Não temos a liberdade de ser quem realmente somos, e agora não podemos nem divagar no ambiente virtual. "Blow it all away", como cantaria o Bride...

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