6 de nov. de 2007

Onde estou


O lugar onde estou? Tentarei descrever.

Não é confortável porque ser rico é ter.

Nele há para mim um quê de miséria

Sou pobre por não ter,

Essa é a idéia.

O chão que piso parece querer me tragar.

Sinto um força oposta à intenção de voar.

Se vivo nele e estou em outro lugar,

Não sei dizer.

Sei que na sensação de não estar no lar,

Não há prazer.

Há santos nessa caixa. Isso não a torna um convento.

São homens que não pecam e não permitem do pecar,

Nem o intento.

Nesse cerco me sinto sem remissão.

Apontam-me o olhar com acusação

Pois peco em ponderar em detrimento do cânon

Que a religião caracterize o sacerdote como bom porque permanece prostrado.

Enquanto para Jesus, bom é o travesti que se faz próximo ao maltratado.

Nesse lugar fé é oposto de dúvida.

Pobre João que apontou o Cordeiro em via pública.

E delineando sua morte, de questionar não teve medo.

Alimentou sua fé na dúvida e de perdê-la não temeu:

És realmente o Cordeiro Filho de Deus?

Nesse lugar chamam a luz, escuridão.

A escuridão, luz!

Da verdade fazem omissão.

Da omissão, criação.

Prisão! Tradição! Infecção!

Oh, Deus!? Sei onde estou...

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