O lugar onde estou? Tentarei descrever.
Não é confortável porque ser rico é ter.
Nele há para mim um quê de miséria
Sou pobre por não ter,
Essa é a idéia.
O chão que piso parece querer me tragar.
Sinto um força oposta à intenção de voar.
Se vivo nele e estou em outro lugar,
Não sei dizer.
Sei que na sensação de não estar no lar,
Não há prazer.
Há santos nessa caixa. Isso não a torna um convento.
São homens que não pecam e não permitem do pecar,
Nem o intento.
Nesse cerco me sinto sem remissão.
Apontam-me o olhar com acusação
Pois peco em ponderar em detrimento do cânon
Que a religião caracterize o sacerdote como bom porque permanece prostrado.
Enquanto para Jesus, bom é o travesti que se faz próximo ao maltratado.
Nesse lugar fé é oposto de dúvida.
Pobre João que apontou o Cordeiro em via pública.
E delineando sua morte, de questionar não teve medo.
Alimentou sua fé na dúvida e de perdê-la não temeu:
És realmente o Cordeiro Filho de Deus?
Nesse lugar chamam a luz, escuridão.
A escuridão, luz!
Da verdade fazem omissão.
Da omissão, criação.
Prisão! Tradição! Infecção!
Oh, Deus!? Sei onde estou...
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