13 de nov. de 2007

Jesus adulterado

Hoje, enquanto cortava o cabelo, folheava uma revista que chamou minha atenção. Seu nome era Jesus está chegando. Curioso, me vi diante de mais uma nova "religião" cristã. Seu nome, Religião de Deus. Encabeçada pelo tão popular Paiva Netto. Nâo tenho conhecimento do teor da doutrina a fundo, mas, examinando as mensagens e reportagens da revista tive-me por satisfeito. Nada fora do comum. Nada que escandalize mais que não acreditar na Trindade, ou acreditar parcialmente. Ou venerar alguns santos daqui e acolá. Ou pregar a Teologia da prosperidade. Rejudaizar a igreja. Uma pitada de misticismo e espiritismo. Com um toque Universalista, a Religião de Deus carrega em seu slogan o Ecumenismo. E, de fato, não duvido desse seu poder. Porque carrega em seu "credo" todas as peculiaridades citadas acima.
O que me preocupa é o fato dessas religiões prostituirem o Jesus dos Evangelhos. Não raro, ouvimos referirem-se a ele como: "Menino Jesus", "Salvador", "Jesus de Nazaré", "O Mestre", "O Professor", "O Profeta", "O Revolucionário", "Bendito o fruto", "O Messias", "O Senhor Morto", "O Filósofo", "O amante de Maria Madalena", "O Jesus homossexual" e - no caso da revista - "O Jesus Ecumênico". A realidade é que as pessoas têm tido uma visão desfocada do Jesus de verdade e, por conseguinte, da sua missão e mensagem.
Sempre tive grande dificuldade de levar Jesus à pessoas. Não porque elas não o conhecessem, mas, justamente por elas pensarem que o conhecessem. O problema é que o Jesus fidedigno se distancia do imaginário popular. Tornando-se turvo e dissimulado. As artes, em geral, nos transmitem um Jesus europeu efeminado. A igreja, insiste em mostrar um Jesus domesticado e previsível. As seitas, comportam um Jesus conforme a necessidade doutrinal de cada uma.
No meio desse emaranhado, somos constantemente obrigados a encarar um Jesus adulterado.
Talvez seja mais fácil pregar para hindus que não tem a mínima idéia de quem é esse tal de Jesus. Assim, talvez possa amar como Jesus amou, andar como Jesus andou, falar como Jesus falou, pensar como Jesus pensou, perdoar como Jesus perdoou, ser sincero como Jesus foi e, ser o corpo de Cristo, livre de qualquer aditivo. E não precisar disputar com nenhum outro "Jesus" mais atraente.

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