20 de jul. de 2009

Sobre ser Igreja, Estar Igreja e Outras Variantes Gramaticais


Tenho a impressão de que a forma que as pessoas utilizam determinadas palavras em seus discursos expressa muito do que elas pensam sobre esse termo. Jacques Derrida, um dos filósofos da chamada pós-modernidade, nega que a linguagem tenha um significado fixo relacionado a uma realidade fixa ou que ela desvele uma realidade definitiva. Dentro dessa perspectiva a palavra falada está intimamente ligada a sua fonte.

Ora, nessa perspectiva linguística percebemos como o termo "Igreja" é utilizado de formas tão variadas e contém significados totalmente díspares entre pessoas que compartilham do mesmo ambiente social.

Quando "vamos à igreja", a Igreja se torna mero objeto indireto, e quando fazemos uma campanha para "construirmos uma nova igreja" ela se torna objeto direto. Nessas visões a Igreja é vulgarmente isso: um objeto de nosso capricho e desejos sórdidos em dominar algo do qual não temos controle.

Porém quando "somos a Igreja" ela se torna predicado e quando a "Igreja somos nós" aí sim ela é sujeito. Sujeito esse que consequentemente necessita de um verbo para completar essa oração.
A grande questão é que em nosso jogos linguísticos achamos que estamos falando da mesma coisa, mas o diálogo torna-se impossível porque enquanto uns são sujeitos de suas ações e de suas existências outros apenas tornam suas ações objetos de seus egos inflados.

Enquanto não se compreender essas diferenças linguísticas sempre será impossível ser Igreja sem ir a igreja, será incompreensível estar Igreja sem pregar igreja. O discurso nesse caso volta a ser católico medieval, extra ecclesia nulla salus, fora da igreja não há salvação; e sendo discurso é sempre escravo da linguagem e de seus signos.

Mais do que a nova reforma ortográfica da língua portuguesa torna-se necessário a reforma gramatical dos conceitos eclesiais e a reforma de pessoas que teimam em serem prisioneiras da Letra que mata em vez de livres no Espírito que vivifica e santifica a Igreja.

William Koppe, no blog Penso. Logo creio

6 comentários:

  1. Texto excelente. Qualidade na escrita assim é raro de se ver nessas bandas da "blogosfera cristã".

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  2. Acho que isso traduz o que realmente se faz necessário em nossos dias, o ser igreja.

    Parabéns Thiago, grande abraço!

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  3. putz véio fiquei feliz em ver meu texto aqui apesar da minha demora em divulgar coisas novas ainda causa algum eco por aí... vamso manter contato .. abçs

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  4. Olá,
    Mandei uma indicação de selo para o seu BLOG
    Informações, acesse:
    http://stayfreak.blogspot.com/2009/07/premio.html
    Valeu
    Flavio

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  5. Posso falar uma coisa que tenho quase certeza que ninguem ainda disse por aqui ??
    .
    ...VOCÊ "TIago" é muito TEÓRICO...!
    queriaa ver "brother" você postar um video SEU sobre o que VOCÊ FAZ pra Cristo, sobre o que VOCÊ FAZ para a expansão do REINO DE DEUS e sobre o que VOCÊ faz para o crescimento do CORPO DE CRISTO QUE É A IGREJA.!
    mOSTRA as tua Obras "irmão" na prática.!
    escrever só pra METER O PAU no estado possivelmente caótico é MUITO FÁCIL..!
    até meu Papagaio conseguiria escrever textos como muitos que vejo em "blogspot'S" por aqui.!

    .
    ahh..detalhe...TEORIA SEM PRÁTICA é o mesmo que FÉ SEM OBRAS.!... creio que o "RESTO" do versiculo no livro de "Tiago" VOCÊ concerteza deve saber, afinal...^VOCÊ domina a BIBLIA de "Gênesis aos Mapas que estão depois de Apocalypse.!
    .
    no mais...
    abraçO.!

    x]

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  6. ToM: se a sua insatisfação é pessoal acredito que a sua educação cristã deveria lhe dizer ke a sua reprimenda verbal tinha ke ser feita no ambito particular; agora se a sua insatisfação é com os blogueiros em geral que "criticam" a igreja... acho que vc tem bastante trabalho pela frente .. boa sorte

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