1 de jul. de 2009

Igreja Emergente ou Movimento Emergente?


Parece que para alguns isso soa a mesma coisa, mas minuciosamente estamos falando de coisas distintas. Dando uma olhada em cada blog ou site (na medida do possível) eu me deparo com essa discutida palavra EMERGENTE em voga. A principio a palavra isolada reverbera sem força e sem direção, mas associada às palavras igreja ou movimento ganham força e foco. Fiz-me uma pergunta esses dias sobre o período que surgiu esta palavra na igreja, mas alguns autores de blogs parecem dizer que a palavra surgiu nos “corredores” da igreja e não de dentro dela enquanto instituição, ou seja, ela não veio acompanhada de peso pastoral.

Outros, no entanto falam da vontade de lideres eclesiásticos de “movimentar” a igreja ou pelo menos a denominação em que atuavam presidindo ou como adjuntos. O fato é que se o interesse foi e/ou for chamar de Igreja Emergente esta investida redundamos ao denominacionalismo. Não seria esse o enfado a tempos na igreja? Muitas coisas caem em discussão.

Se os emergentes desejam elaborar uma denominação, e chamá-la também de uma igreja, então surgirá mais uma e aí ninguém agüenta mais isso. Se por outro lado os emergentes permanecem em suas denominações correm o risco de serem rotulados como um grupinho especulativo sem nenhuma adequação as realidades denominacionais, e ainda estarão presos ao denomiancionalismo inúmero já existente.

A Emergência enquanto movimento parece equilibrar o interesse não só de lideres, mas de tantos outros membros da igreja de Cristo. Porque digo isso? Muitos estão fazendo o êxodo denominacional hoje em dia; não só cristãos sem exercício ministerial, mas muitos lideres compreendem que a emergência é relevante para a igreja e não para as denominações “A”, “B” ou “C”. O que está em jogo não é destino das inúmeras placas que mais dividem do que juntam. No processo de defesa muitos lideres denominacionais estão retoricamente perguntando: Nós somos de denominações diferentes, mas não somos do mesmo corpo? Justificando até o argumento da tal unidade com 1 Corintios 12, sobre a operação dos membros no corpo, como se cada denominação cooperasse no crescimento entre si.

Pergunto eu, é assim mesmo? A denominação “A” realmente está liberando seu púlpito para a “B”? E a “B” recebe abertamente um fórum teológico para as “A” e “C”? A “C” celebra mutuamente a comunhão dos santos independente do seu ponto de vista teológico? Qual é a realidade da igreja? Mas uma coisa parece que as une, pelo menos involuntariamente. Não há como negar que ao longo de anos desde o Concílio de Teodósio I em 391 d.C. que o templismo e o denominacionalismo vigoram e que a reforma absorveu esses valores, desfocando o que vem a ser igreja e como ela corrobora no Reino. Enquanto o termo igreja deveria corretamente derivar de pessoas tornou-se o contrário È neste ponto que surge a verdadeira emergência.

Figurado por uma balança a emergência tende hora pesar para velho e melancólico modelo, hora para a anarquia não só dos valores, mas as Escrituras. Este segundo ponto de peso parece vir acompanhado de amargas experiências eclesiásticas como por exemplo abuso de autoridade. Esta estão se feriram tanto que a solução foi sair de vez, sem se bubmeter mais a nenhuma autoridade, porém sem deixar a fé. O ponto sinuoso então, seria rever as demandas eclesiológicas deixadas pelas Escrituras e voltar-se para ela no propósito de negar o péssimo fomento histórico e restaurar a tradição escriturística e apostólica na comunhão legitima dos santos não só no que diz respeito ser um em Jesus, mas uma comunidade de fé e prática mutua. Isso parece até utopia para os que estão deteriorados pela história eclesiástica, para muitos seriam anos revisão ou até mesmo para alguns não há nada para ser revisto, está tudo “nos trinques”! Enfim, isso não deve tratar de “ideologia, eu quero uma pra viver”, mas de uma necessidade urgente.

A missão não é ser emergente, emergente é o momento em si, mas a missão legítima é nesse momento resgatar as reais demandas para igreja, assim como Deus ordenara que fosse e que os apóstolos trabalharam para que se perpetuasse (Ef 2.14,19-22).


Autor:José Eduardo da Silva

Fonte: Emeurgência na Igreja

É de extrema importância o zelo para com a conversa emergente. Principalmente por esta, aqui no Brasil, ainda estar em sua fase primária. Estamos presenciando (participando e fazendo) um novo limiar na História da Igreja. Devemos estar atentos para evitar ao máximo que incorramos nos mesmos velhos erros de sempre... não somos perfeitos, claro; mas, podemos tentar errar menos, concordam?

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