14 de abr. de 2009

Outra espiritualidade

Mudei meu conceito de espiritualidade. Não vislumbro espirituais somente pela exteriorização das emoções, dons, ou qualquer outro paradigma (im)posto pela religiosidade.
Cansei de pautar minha vida pelos estereótipos religiosos – eles enganam, e como enganam.

A igreja de Corinto, pelo menos nos tempos do apóstolo Paulo, podia ser facilmente considerada a mais espiritual de todas as igrejas existentes. Cheia de dons, é para hoje uma igreja modelo – nos moldes néo-pentecostais e pós - modernos. Mas Corinto estava morta, fedia carniça. Os santos que ali viviam já estavam sufocados, quase que morrendo. Esperável, pois, os olhos da religiosidade, que pensa espiritual, aquilo que vem de cima para baixo e não o que se dá de fora-pra-dentro-fora, não conseguem ver frutos, somente casca, seus moldes não vislumbram a raiz, somente o casco.

Espiritualidade nada mais é do que a verticalidade e a horizontalidade da cruz, reverberadas à vida humana, ou seja, minha relação comigo, com o outro e com Deus. Portanto, não me iludo mais com manifestações estéreis.

Quero viver a vida com veemência; quero exercer meu ministério de ser jovem sem medo de ser feliz; quero louvar a vida com choros, risos, lágrimas e gargalhadas; quero jogar bola e saber que assim agrado a Deus, simplesmente por que vivo; quero curtir músicas sem o tal papinho de música do mundo e música de Deus – prefiro Lenine à teologia da prosperidade da marca da promessa que não te deixa perder -; quero exercer os dons do Espírito no ambiente das relações; não quero poder pra chorar ou pra rir, quero mesmo é poder saber chorar e rir; quero pregar Cristo amando o outro sem medidas; quero desenvolver o fruto do Espírito fora dos ambientes religiosos; quero escrever sem medo e sem receio; quero aprender a apreciar a arte, a natureza e a criação; quero literatura, música, teatro, cinema – tenho sede de arte-; quero poder querer sabendo que só de querer alegro o coração do Altíssimo Deus; se isso alcançar, serei o mais espiritual dos homens, porque acreditei em mim, no outro e em Deus, isso sim é ser espiritual.

Em Cristo, a espiritualidade perfeitamente encarnada,

Will no excelente Celebrai!

2 comentários:

  1. Muto bom o texto.
    De fato a espiritualidade legalista é sufocante. Por isso devemos a semelhança do autor, buscar uma nova espiritualidade. Algo que tenha contexto com a vida do ser, e não do ser-religioso tão somente.

    Valeu.

    Daniel

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  2. A maior prova de espiritualidade se da na samaritanização dos relacionamentos, onde aprendemos a conviver e viver-com...Deus, o proximo e nós mesmos!

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