23 de mai. de 2008

O caso do mestre ausente

Do jeito que as coisas hoje se encontram, temos, de um lado, certo tipo de "fé em Cristo" e, de outro, a vida de abundância e obediência que ele é e oferece. Mas não temos uma ponte eficaz da fé à vida. Alguns conseguem fazer essa integração. Mas quando isso acontece, o fato é encarado como golpe de sorte ou acidente, não como parte normal e natural da própria boa nova. A oração também parece "funcionar" para algumas pessoas. Mas quem é que sabe como ou por quê? E, seja como for, não se exige eficácia na oração - nem para ir para o céu após a morte ou para dedicar à causa da libertação.
Aceitamos que a nossa religião efetivamente se afaste de Jesus como amigo e mestre, e da nossa existência cotidiana como santa vocação ou compromisso com Deus. Alguns trocam a vitalidade diivina e a integridade pessoal pela conduta ritual; outros podem se contentar com uma série isolada de "experiências", em lugar da transformação do caráter.
Bem no âmago dessa alienação está o fato de o mestre Jesus estar ausente das nossas vidas. Estranhamente, parece que nos dispomos a aprender a viver com praticamente qualquer pessoa, menos com ele. Acreditamos sem questionar que as "últimas pesquisas" têm mais a nos ensinar sobre o amor e o sexo do que Jesus, e o Louis Rukeyser sabe mais sobre como se relacionar com a família e os colegas de trabalho, e Carl Sagan é melhor autoridade sobre o cosmos. Perdemos totalmente a noção da diferença entre informação e sabedoria, e os nossos atos revelam isso.
As pessoas a quem espontaneamente recorremos em busca de "informações" sobre como viver mostram como verdadeiramente nos sentimos e em quem realmente depositamos confiança. E nada demonstra mais intensamente a que ponto chegamos na nossa mecânica suposição da irrelevância de Jesus como mestre para a nossa vida "real".

A conspiração divina, Dallas Willard, p. 75-76

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