18 de mai. de 2008

Até quando os lobos uivarão disfarçados de pastores?


Hoje, quase que na maioria esmagadora das vezes, um ditado fala mais do que uma pregação.

O silêncio tem maior volume do que muitos conselhos. O sorriso é maior do que um "te amo irmão".

É assim que se prova – na carne – que comprovar algo pelas vias do muito estudo só causa enfado. Muitas vezes o que se gera são apenas estudos e teses concebidas para réplicas e tréplicas a partir de um tradicionalismo seco em seres tradicionalmente secos. E nada mais. Areia no deserto... Chuva no molhado.

Na maioria das vezes não há o que provar: a vida é prova inconteste: viver é provar. De todos os frutos. Dos bons e dos ruins. Dos amargos e dos doces. Dos pequenos e dos grandes.

Viver é provar. Mas, na religião exige-se provas muitas vezes. Prove-me e assim será, diz-se. Exemplares são as experiências de mudanças sociais encaradas por dentro das igrejas evangélicas que são quase um suicídio: acusa-se o "moderninho" de tudo: falta de fé, falta de submissão, alguém que não dá atenção para a história - seja da igreja ou da denominação -, um desafiador dos mais velhos e por aí vai.

Afinal, um corredor onde o personagem principal do Bicho de Sete Cabeças - o filme - bem conhece: Enlouquece. Entristece. E você ainda fica sendo tido como um pervertido dos bons costumes e da boa moral. E além: um pervertido espiritual.

Não há o que provar. Não há palavras a serem ditas quando o sistema político não lhe permite. Resta-lhe o silêncio, a dor e a angústia da perda.

Um dia - e esse dia sempre chega - a história acontece. Os conceitos são revistos, a moral também, os “bons costumes” mais ainda e aí tudo muda.

E ainda vai restar ao "perturbador dos bons costumes e da ordem" a frase de que quis fazer as coisas "fora do tempo de Deus".

Ah... A igreja evangélica.... Até quando?

O que há é a Lei de Murphy aplicada às coisas, situações e pensamentos “incomuns”. Os três estágios são: 1) é impossível – não perca seu tempo; 2) é possível mas não vale o esforço; 3) eu sempre disse que era uma boa idéia.

Mas - diga-se de passagem – não me ocupo aqui de planos, projetos, eventos, comportamentos, modos e modas. E quando me refiro aqui a essa “Lei” (no pior sentido religioso da palavra) faço não em relação a questões periféricas pelas quais não se vale a pena lutar (nem na defesa nem no ataque e nem no meio de campo).

Aqui, neste site, minha ocupação é com o que é essencial. E é no campo da essência que travo minha-nossa batalha da vida. O que vale - quando a vida está no limiar do buraco negro - é o essencial. E o essencial é amar a Deus e ao próximo de todo o coração. O resto é só isso, o resto.

Deus sentiu saudades de quando passeava com o homem no jardim... houve (desde sempre) a cruz e Ele continua querendo caminhar conosco...

Mas não há tempo. Estamos ocupados dizendo às pessoas de qual corrente ela precisa participar para ficar liberta, com quem elas devem casar, qual roupa "decente" devem usar, aonde podem ir, o que podem fazer, o que não podem, que prazeres devem ter, as obrigações eclesiásticas que devem ter para serem realizados... E o resto? Bem, o resto - o conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará [de tudo, acrescento eu] - fica para depois.

É como o governo: primeiro o crescimento econômico, depois o social. Ah tá. Então eu acredito.

Primeiro, na igreja, ensinamos as pessoas a serem denominacionais, a serem evangélicos, a baterem palmas, a não baterem, a orar alto, a não orar alto, a falar em línguas, a não falar, afinal, a fazerem o trabalho de Deus, afinal, a serem evangélicos. Ou seja, tudo aquilo que não interessa. Depois a gente ensina sobre o resto.

Pena que não dá tempo. Até quando?

Se tenho receio do que escrevo aqui, onde posso ser tido por amargo, traidor e coisas do gênero? Não, não tenho. A luz sempre trás a verdade. E a verdade sempre liberta.

No Caminho, onde a vitória é bem doado sem qualquer barganha moral-religiosa,

Vando, no blog Dos dois lados do Equador. [via Pavablog]

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