Juntamente com a humildade há um profundo sentimento de minhas limitações, sobretudo quando se trata de converter alguém ao cristianismo. Assim, posso envolver-me num diálogo significativo sobre questões de fé com minha amiga agnóstica Judy Kupersmith sem achar que sou responsável por trazê-la de volta à fé. Isso fica nas mãos de Deus. Sou aberta e honesta com ela no que se refere às minhas dúvidas e descrenças, sabendo que essas confissões não ferem a reputação de Deus. E posso desejar-lhe "Boa Páscoa", usando minhas palavras preferidas: "Cristo ressuscitou. Ressuscitou de fato", e sei que ela as receberá de mim sem achar que estou tentando enfiar-lhe minha fé goela abaixo. Meu amor por ela e minha amizade não dependem de ela fazer ou não uma profissão de fé.
Quando estou com a Judy, não fico pensando sobre o que deveria dizer para convencê-la da verdade do cristianismo ou o que deveria fazer para mostrar-lhe aquela verdade. Prefiro simplesmente desfrutar de nossa companhia mútua - e posso dizer com certeza que o sentimento é recíproco. Nossa amizade, uma amizade entre uma cristã e uma agnóstica, é sob alguns aspectos incomum, em especial porque muitas vezes discutimos crença e descrença. Para Judy, eu sou aquela pessoa que entende sua própria herança fundamentalista - aquela que ouve sem se sentir ameaçada pela crítica e até mesmo pela zombaria dirigida a sua herança cristã legalista.
Eu levo a sério o desafio de Percy: que o escândalo do Evangelho não está na mensagem e sim no mensageiro. Pode parecer um objetivo modesto, mas confio que de algum modo, mediante a graça de Deus, eu possa refletir a mensagem evangélica sem repelir outras pessoas - especialmente quando estou interagindo com aqueles que abandonaram a fé.
Excerto de Fé e Descrença de Ruth Tucker
destaques em negrito por minha conta ;-)
publiquei esse trecho também no excelente mob de leitura Livros só mudam pessoas. Se você não conhece vá lá e participe dessa mobilização.
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