13 de ago. de 2009

Crime existencial


Em Gn 3.15, Deus faz uma afirmação, da qual, nem sempre, nos damos conta: de que a inimizade da serpente seria para com a mulher.

A serpente configurava Satanás e a mulher configurava a Igreja, que traria Cristo ao mundo.

Mas, para além das configurações, que falam do enfrentamento da Igreja do Antigo e do Novo Testamento para trazer o Cristo, primeira e segunda vez; nesse texto, Deus reinventa a maternidade. O que era, apenas, a forma como nos multiplicaríamos, passou a ser a única esperança da humanidade. Duma gravidez especial viria o salvador. Toda a esperança da humanidade repousava no útero de uma mulher.

Mas a mulher pagaria um alto preço, teria como seu inimigo o anjo rebelde.

Os homens entrariam nessa briga por serem descendentes da mulher. Mas, a briga principal era com ela, para impedir a vinda do ungido.

Talvez, isso explique porque a vida da mulher tem sido um inferno em todas as culturas. E os homens, que deveriam ser aliados das mulheres, protegendo-as dos ataques do maligno, mudaram de lado e colaboraram com essa caçada por tempos perdidos na memória.

De todas as manifestações dessa tentativa de destruir a mulher, fazê-la prostituta é a pior. E, às vezes, se faz isso dentro do casamento. E se faz isso quando a mulher é convencida que sem sexo não há relacionamento possível. Em qualquer tipo de prostituição a mulher não conta como ser humano, apenas como fonte de satisfação masculina: quanto mais serviçal, melhor! Ela não existe mais. O que existe é o macho em sua volúpia querendo satisfação plena e sem questionamento. E a única razão da existência da fêmea se sustenta em sua capacidade de dar prazer ao macho. Ela não vale pro si, vale por ele.

A gente não combate a prostituição como pecado moral, combate-a como crime existencial, porque a alma da mulher é devorada e o que resta é a sua capacidade de satisfazer a uns e enriquecer a outros: homens que a usam e exploram a seu bel prazer.

Os Céus revoltam-se, a prostituição amesquinha a mulher e insulta a Deus, que, com a mulher, fez um pacto especial, fazendo dela a portadora da esperança da humanidade, não só por trazer o Cristo, mas por ser, na maternidade que carrega no coração, a certeza de que Deus continua investindo na humanidade.


Ariovaldo Ramos, no Um clamor por Niterói


Este texto foi escrito pelo Ari a pedido do Márcio de Souza para reflexão sobre prostituição e seus desdobramentos. Aproveitando a oportunidade, quero divulgar o projeto que o Márcio está desenvolvendo: Como lidar com prostitutas

3 comentários:

  1. Agora fez muito sentido. Há tempos que eu penso sobre a questão da mulher na sociedade, a forma como ela é tratada e tudo... Sempre vi algo maligno nisso. Só nunca cheguei a pensar que era tanta malignidade assim.

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  2. ola! Tudo na paz este blog é muito bom a ideia da pirula é brilhante.

    Pastor Rodrigo Almeida

    http://aprendendoemsarepta.blogspot.com

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  3. Thiago,
    Nao é de hoje que eu admiro o pastor Ariovaldo Ramos. Ele, o Caio, o Ed René e o Gondim, entre outros evangélicos de verdade já me acompanham há um bom tempo na caminhada. Esse texto é ótimo!

    O que era, apenas, a forma como nos multiplicaríamos, passou a ser a única esperança da humanidade.

    Gostei muito disso.

    E andei lendo seus livros favoritos. Que seleçao rapaz rs. tem desde John Bunyan até Benny Himm, passando pelo grande CS Lewis. E eu gosto de todos rs. Foram livros importantes em determinados momentos da minha vida. Por isso me identifiquei muito na sua lista.

    Aquele abraço.
    Inté!

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